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quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Ela foi jogada dentro do canal num saco de lixo, como se não fosse nada




                  Jogada, dentro de um saco de lixo
, como um nada, um cão morto, assim foi encontrada Kelly dos Santos Adão de 20 anos, uma moça como outra qualquer que selou seu destino aos dezessete anos ao começar a consumir cocaína e enveredar num caminho tortuoso cujo fim é, para a maioria das pessoas a morte inglória.
Local em que a moça foi encontrada
        A moça magra e introspectiva tinha uma vida relativamente comum até que três fatos seguidos abalaram seu coração adolescente de forma irreparável, primeiro Kelly perdeu seu avô, em seguida seu tio, por fim sua vó também se despediu da vida deixando uma neta que também já não nutria muita vontade de vivê-la plenamente.
        A pobre moça encontrada no canal da Rua Luiz Gama na manhã de terça-feira, 18 de setembro, dentro de um saco de lixo preto, com as mãos amarradas, estava sumida a pelo menos oito dias e foi procurada com insistência por seus familiares que já temiam pelo pior, ela foi vista pela última vez andando pelas ruas de Vicente de Carvalho na quarta feira, 12 de setembro, após esta data ninguém mais relatou ter visto a moça magra e deteriorada pelo vício maldito.
        Na manhã de terça-feira uma moradora das imediações do canal ao observar que dentro daquele saco preto que exalava um cheiro terrível brotava um pé humano chamou a polícia que acionou o departamento competente para proceder ao resgate do corpo para que este fosse identificado, imediatamente uma mãe, que também vivia o drama de ter sua filha desaparecida foi até ao local e tudo indicava que se tratava de Evelin, filha de Dona Adriana conhecida ativista do samba na cidade, apreensiva ela seguiu acompanhado o carro dos bombeiros que transportava o corpo, que poderia ser de sua filha.
continuação
          Ao chegar ao IML e deparar-se com aquele corpo já informe ela logo percebeu que se tratava de outra pessoa. Uma tatuagem na mão com o nome de Orlando, outra com o nome de uma sobrinha e mais outra com um ramalhete de flores não deixavam dúvida, quem estava ali era Kelly dos Santos Adão, mais uma vítima do tráfico de drogas na cidade do Guarujá.
        A polícia trabalha com a hipótese de dívida de drogas, mas um crime passional não pode ser descartado, pois segundo os laudos do IML ela foi morta por asfixia mecânica, o que denota bastante raiva, coisa típica de uma vingança pessoal. A moça miúda que não tinha forças para reagir ao menor ataque deixou a vida da pior forma possível, assassinada, ela foi enterrada num caixão lacrado no Cemitério do Morrinhos na manhã de quarta-feira. A família espera que sejam encontrados os culpados desta barbárie e que este tipo de episódio não aconteça com mais ninguém na cidade. “É muita dor, ela queria sair desta vida, mas não teve tempo”, afirma sua tia.
      
Haroldo Ribeiro


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