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terça-feira, 18 de setembro de 2012

Ganso, amor ao dinheiro, desprezo do torcedor



         Foi-se o tempo em que ser chamado
de Pato ou Ganso era sinônimo de pé de pau, ou seja, um péssimo jogador de futebol, hoje os dois nomes ainda estão em alta, certo? Errado, Paulo Henrique, o Ganso da Vila Belmiro nunca esteve tão em baixa nos lados do litoral. Suas palavras afirmando com todas as letras que não quer mais jogar no Santos, fizeram muita gente que admirava o ídolo santista passar a odiá-lo da noite para o dia.
         A negociação para sua saída está sendo feita com um dos maiores clubes do Brasil, o São Paulo, porém parece que o angu azedou e o atleta, ainda do Santos pode ser transferido para o Grêmio Porto-alegrense. Além de não ser mais persona grata na vila, o por enquanto craque alvinegro ficou irritado ao ter a proposta do São Paulo recusada pela diretoria santista, ao que tudo indica o que vale neste submundo da bola é o dinheiro, muito dinheiro.
         Conforme informações o salário do jogador chegaria a casa dos 350 mil por mês, trocando-se em miúdos, cerca de 230 vezes o que ganha um trabalhador médio na baixada santista. O que mais quer este rapaz que saiu da periferia para ser uma estrela, que pode apagar-se?  A resposta está na gula por mais dinheiro e fama que cerca a vida destes famosos, que subiram pela enorme paixão que o brasileiro sente pelo futebol, pelo endeusamento que permeia a vida destes pobres mortais, gente como outra qualquer que muitas vezes bebe, fuma, vai para baladas e é traído. Pode-se lembrar com facilidade do grande craque Sócrates que morreu vencido pelo vício do álcool, que foi grande nas quatro linhas dos estádio, mas que sucumbiu na maior das batalhas, a da vida.
         Ao torcedor do Santos resta a indignação de saber que um rapaz, que até bem pouco tempo não era nada, mas que por estar numa grande equipe, cercada de gênios da bola transformou-se num deles também, mas que pode estar jogando tudo fora, como uma estrela murcha que vai desaparecendo até sumir e não ser mais nada.

Haroldo Ribeiro

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