Um dos direitos mais importantes
conquistados pelos trabalhadores nos últimos tempos é o vale transporte, com este benefício o trabalhador pode deslocar-se de sua casa rumo ao seu trabalho sem preocupação com gastos que oneram seu holerite. Ir e vir do trabalho pode ser uma experiência traumatizante, por isso, nove entre dez trabalhadores pensam em adquirir um veículo próprio e assim, ir para seu local de trabalho com maior conforto.
As empresas que prestam serviço para as prefeituras têm que garantir, o melhor jeito possível de fazer sua obrigação e contentar o usuário, coisa difícil de ser feita, pois é necessário adquiri novos veículos, mantê-los em ordem, pagar a folha de pagamento e promover o bem estar social. A grande maioria não consegue fazer esta conta bater e o povo que utiliza o transporte coletivo têm sempre uma reclamação na ponta da língua.
No Guarujá a coisa não é diferente, a Translitoral presta este serviço para o município, não dá para dizer que os coletivos são velhos e mal conservados, dentro dos ônibus há espaço para os idosos e também deficientes físicos. A grande reclamação vem dos horários dos coletivos, principalmente nos períodos de pico, com a demora os veículos ficam lotados e geram bastante revolta. Há alguns anos a figura do cobrador foi retirada deixando inúmeros pais de família no olho da rua, a economia vinda deste enxugamento não resultou em melhoria para o público, pelo menos é o que dá para perceber na expressão desanimada dos passageiros.
O investimento maciço feito em ciclovias tem levados às ruas milhares de novos ciclistas que deixam de frequentar os coletivos, eles ainda recebem seus vales transporte e ai nasce outro problema, com o advento do cartão de transporte, passe eletrônico, o trabalhador não tem como negociá-lo em dinheiro então surge a criatividade do brasileiro, alguns alugam seus créditos com pessoas que precisam da locomoção, outros os deixam na mão de terceiros que os vendem no varejo em vários pontos da cidade.
Esta triste realidade tem lotado as ruas de carros novos e motos fazendo com que o trânsito comece a sentir os efeitos danosos de todo este descaso. Na Avenida Presidente Vargas em Vicente de Carvalho já começam a existir conges-tionamentos de veículos nos fins de tarde, justamente no horário de rush, se algo não for feito, e logo, em breve o Distrito ficará para-lisado e o deslocamento cada vez mais traumático. Neste cenário sombrio um lado da história sai vencedor e este é o dos ciclistas, eles são a bola da vez no mundo inteiro, uma tendência sem volta pelo bem do planeta.
Não se pode agir como se a Translitoral fosse a única culpada do Apocalipse do transito local, mas se faz necessário a tomada urgente de providências para a “nossa alegria”.
Haroldo Ribeiro
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