Bateram em meu égo
sem dó,
Negar o emprego, vá
lá!
Mas daquele jeito
virei pó.
Todos numa sala,
apreensivos,
A uns nada falam só
adeus,
A mim me marcaram num
crivo,
Exaltando defeitos só
meus?
Currículo pobre, má
formação,
Só ensino médio, não
serve!
No peito a dor,
aceleração,
Na face corada, um
verme.
Voltei para casa, e
parei,
Esquecendo a agrura
do dia,
No meu simples
barraco sou rei,
sou brilho, sou
festa, alegria.
Amanhã outra nova
entrevista,
Quem sabe, uma grata
surpresa?
Mas se humilhado, na
vida,
No barraco eu tenho
minha nega.
Haroldo Ribeiro
imagem: mosaicos-cida.blogspot.com
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